O Supremo Tribunal Federal (STF) prepara um dos maiores esquemas de segurança de sua história recente para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de participação em uma tentativa de golpe de Estado. O processo começa na próxima terça-feira, 2 de setembro, e se estende até o dia 12, atravessando o feriado da Independência, data que já foi palco de tensões em anos anteriores. As medidas consideram as experiências traumáticas dos últimos anos, especialmente a invasão do prédio da Corte em 8 de janeiro de 2023 por apoiadores de Bolsonaro.
Além da presença de cerca de 30 policiais requisitados de tribunais de outros estados, a segurança será reforçada com agentes da Polícia Judicial do STF, que atuarão 24 horas por dia. O acesso à Praça dos Três Poderes será restrito e varreduras de segurança estão sendo realizadas nas residências dos ministros, uma medida incomum mesmo para julgamentos de alta repercussão. O STF também está em articulação com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para monitorar possíveis manifestações violentas durante o julgamento.
O esquema especial de segurança deve durar até o fim de setembro e incluirá atenção redobrada à segurança cibernética, com monitoramento da deep web em busca de ameaças. A mobilização do STF reflete o temor de que manifestações possam se tornar violentas ou coordenadas com ataques digitais, visando interferir no julgamento. A situação é considerada crítica, especialmente devido à memória dos episódios anteriores que elevaram o risco de tumultos.