O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia na próxima terça-feira, 2 de setembro, um julgamento histórico que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. O grupo é parte central da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e o julgamento ocorrerá cerca de dois anos e meio após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para garantir a segurança durante as sessões, a Corte implementou um esquema especial que inclui restrições de circulação e varreduras com cães farejadores.
As sessões do julgamento estão agendadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, com horários definidos para a manhã e a tarde. Os réus enfrentam acusações graves, incluindo organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, será responsável pela acusação, enquanto os advogados dos réus terão a oportunidade de apresentar suas defesas em sustentações orais.
As consequências desse julgamento podem ser profundas, pois a condenação de um ex-presidente e de altos oficiais militares seria um marco inédito na história do Brasil pós-redemocratização. A eventual prisão dos réus não será automática, mas a decisão do STF poderá influenciar significativamente o cenário político do país. O primeiro voto será do relator Alexandre de Moraes, que também abordará questões preliminares levantadas pelas defesas antes da análise do mérito do caso.