O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Advocacia-Geral da União (AGU) adicione ao pedido de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) ao governo da Itália a ação penal em que a parlamentar é ré por perseguição armada durante as eleições de 2022. Zambelli, já condenada a dez anos de prisão por sua participação no ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), enfrenta mais um processo que estava suspenso desde março, mas que foi liberado para julgamento na última sexta-feira, 1º de setembro, pelo ministro Nunes Marques.
A ação penal em questão foi instaurada após a deputada ser filmada sacando uma arma e apontando para um homem em via pública em São Paulo. A defesa de Zambelli alegou que ela teria sido agredida, mas essa versão foi refutada pelas investigações. Após a condenação no caso do CNJ, a deputada fugiu do Brasil e teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol, sendo presa na Itália na última terça-feira, 29 de agosto.
Atualmente, Zambelli aguarda a decisão da justiça italiana sobre o pedido de extradição e passou por audiência de custódia na sexta-feira, onde se declarou inocente e afirmou ser alvo de perseguição política, manifestando a intenção de não retornar ao Brasil. Sua defesa solicitou que o caso do CNJ seja reavaliado na Itália, onde a parlamentar possui cidadania, e pediu a rejeição da extradição. O processo pode levar até um ano para ser concluído.