O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (26) o monitoramento em tempo integral do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar em Brasília. A decisão foi fundamentada na iminência do julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e na atuação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos, que sugere um potencial risco de fuga. Moraes destacou que as ações de Eduardo, que estaria tentando influenciar autoridades americanas, aumentam as preocupações sobre a possibilidade de Bolsonaro se esquivar da Justiça.
O monitoramento será realizado pela Polícia Penal do Distrito Federal, com a condição de evitar qualquer exposição indevida e respeitar a privacidade do ex-presidente. A medida foi reforçada após um pedido do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que alegou ter informações sobre planos de Bolsonaro para solicitar asilo na embaixada dos Estados Unidos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apoiou a solicitação e recomendou o monitoramento integral, especialmente após a descoberta de um pedido de asilo à Argentina em investigações anteriores.
Bolsonaro está sob prisão domiciliar desde 5 de agosto, após descumprir medidas cautelares impostas pelo STF. A PGR tem até quarta-feira para se manifestar sobre possíveis violações das restrições impostas ao ex-presidente. A defesa de Bolsonaro nega qualquer irregularidade, mas a situação continua a gerar tensões políticas e jurídicas no Brasil, refletindo a complexidade do cenário atual.