Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmaram, em entrevistas, a importância de manter o foco no julgamento da tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A sessão inaugural do segundo semestre do Judiciário, marcada para esta sexta-feira (1º), será uma oportunidade para que os magistrados expressem suas posições de forma firme, mas com sobriedade.
A pressão externa, especialmente vinda do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sancionou o ministro Alexandre de Moraes, não deve desviar a atenção da Corte. Trump criticou Moraes por sua atuação no julgamento de Bolsonaro e por suas ações em relação às grandes empresas de tecnologia. A expectativa é que os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Moraes se pronunciem durante a sessão, embora outros magistrados também possam se manifestar.
Os integrantes do STF acreditam que a estratégia da família Bolsonaro visa criar confusão para atrasar o julgamento, que deve ser concluído ainda em setembro, segundo Moraes. Em caso de condenação, a pressão sobre o Congresso Nacional para aprovar uma anistia a Bolsonaro pode aumentar, o que torna crucial a posição dos líderes da Câmara e do Senado em defesa das instituições brasileiras.
Na véspera da sessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ministros do STF, incluindo Moraes e Barroso, em um jantar que teve como foco a solidariedade ao ministro e a defesa da soberania nacional. Participaram também o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.