O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Advocacia-Geral da União (AGU) adicione à solicitação de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) ao governo italiano uma ação penal em que a parlamentar é ré por perseguição armada durante as eleições de 2022. A decisão foi tomada em meio a um contexto jurídico complexo que envolve a condenação de Zambelli a dez anos de prisão por sua participação em um ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O caso referente à perseguição armada, que estava suspenso desde março devido a um pedido de vista do ministro Nunes Marques, teve seu julgamento retomado na última sexta-feira, 1º, após a liberação de Marques. A ação foi desencadeada por um incidente em que Zambelli foi filmada sacando uma arma e apontando-a para um homem em São Paulo, alegação que foi contestada por investigações subsequentes.
Após ser condenada no caso do CNJ, Zambelli fugiu do Brasil e foi presa na Itália na última terça-feira, 29. Ela se encontra sob custódia enquanto aguarda a decisão sobre o pedido de extradição. Durante a audiência de custódia, a deputada declarou sua inocência e alegou ser alvo de perseguição política, manifestando a intenção de não retornar ao Brasil. A defesa de Zambelli solicitou que o caso do CNJ seja reavaliado na Itália, onde ela possui cidadania, e pediu a rejeição da extradição, com a expectativa de que o processo seja concluído em até um ano.