O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Advocacia-Geral da União (AGU) adicione ao pedido de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP) a ação penal em que ela é ré por perseguição armada durante as eleições de 2022. O incidente ocorreu na véspera do segundo turno, quando Zambelli foi filmada sacando uma arma e apontando-a para um homem em São Paulo. A Procuradoria-Geral da República já denunciou a parlamentar, que pode ser condenada a cinco anos e três meses de prisão por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
O julgamento da deputada foi suspenso em março, mas foi retomado na última sexta-feira (1º) após um pedido de vista do ministro Nunes Marques. A nova data para a continuidade do julgamento está marcada para 15 de agosto. Zambelli foi presa na Itália no dia 29 de agosto, após permanecer foragida por quase dois meses, e já enfrenta outro processo no STF, onde foi condenada a dez anos de prisão por sua participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2022.
Atualmente, a parlamentar está detida em um presídio na região de Roma, onde passou por audiência de custódia na sexta-feira (1º). Durante a audiência, Zambelli alegou inocência, afirmou ser vítima de perseguição política e declarou que não tem intenção de retornar ao Brasil. Sua defesa tenta impedir a extradição, argumentando que, como cidadã italiana, ela tem o direito de ser julgada na Itália. O processo de extradição pode levar pelo menos um ano para ser concluído.