O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (20) a busca e apreensão e a adoção de medidas cautelares contra o pastor Silas Malafaia. Ele é acusado de ameaçar ministros da Corte e de articular com Jair e Eduardo Bolsonaro uma campanha para pressionar pela anistia de investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, em troca da suspensão das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
A decisão, que atende a um pedido da Polícia Federal (PF) com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), é um desdobramento do inquérito que apura a atuação dos ex-presidentes nos mesmos crimes. Malafaia é investigado por coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Segundo a PF, mensagens trocadas entre o pastor e Bolsonaro indicam que Malafaia orientava o ex-presidente a condicionar a suspensão das tarifas à concessão de uma anistia ampla.
Em um dos trechos revelados, Malafaia ameaçou retaliar ministros do STF e suas famílias, questionando se eles continuariam apoiando o que chamou de ‘ditador’. A situação levanta preocupações sobre a integridade do sistema judicial brasileiro e as tentativas de interferência política nas instituições. A investigação continua em andamento, com desdobramentos que podem impactar significativamente o cenário político nacional.