O Supremo Tribunal Federal (STF) reiniciou suas atividades nesta sexta-feira (1º) com um discurso contundente do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, em apoio ao colega Alexandre de Moraes. O ministro Moraes foi recentemente alvo de sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, que o acusou de perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Barroso destacou a legitimidade da atuação do STF na investigação da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, reafirmando a independência do Judiciário brasileiro.
Durante a abertura do segundo semestre do Judiciário, Barroso enfatizou que todos os réus serão julgados com base em provas, sem interferências externas. Ele também recordou os ataques institucionais ao STF desde 2019, ressaltando que a Corte tem o papel de impedir retrocessos democráticos. As sanções contra Moraes foram aplicadas sob a Lei Magnitsky, que permite penalizar indivíduos por violação de direitos humanos.
O STF já havia se manifestado em defesa da autonomia do Judiciário em nota oficial. Na mesma sessão, o ministro Gilmar Mendes criticou as sanções dos EUA e denunciou a pressão de grandes empresas de tecnologia sobre o tribunal. Mendes afirmou que "este STF não se dobra a intimidações". Na véspera da retomada das atividades, Moraes participou de um jantar no Palácio da Alvorada, promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a presença de outros ministros do STF e autoridades do governo.