O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que ele e seus aliados atuaram de forma coordenada com "milícias digitais" para violar medidas cautelares impostas pela Corte. A decisão foi motivada pela participação de Bolsonaro, mesmo que por telefone, em manifestações realizadas no último domingo (3) em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde foi visto usando tornozeleira eletrônica.
Moraes destacou que a conduta do ex-presidente afronta as determinações do STF, especialmente a proibição do uso das redes sociais. Em sua decisão, o ministro afirmou que Bolsonaro agiu de forma ilícita ao se dirigir aos manifestantes, produzindo material que incentivava ataques ao Supremo e promovia desinformação. Segundo Moraes, o ex-presidente burlou as restrições ao participar de eventos cujo conteúdo foi amplamente divulgado por aliados.
Além da prisão domiciliar, o ministro determinou a apreensão dos celulares de Bolsonaro, argumentando que os dispositivos estavam sendo utilizados para finalidades ilícitas. Novas restrições foram impostas, incluindo a proibição de visitas, exceto de advogados ou pessoas autorizadas pelo STF, e a proibição do uso de celulares, mesmo por meio de terceiros. A defesa de Jair Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a decisão.