A Polícia Federal está à espera de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a possibilidade de designar uma equipe para monitorar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliar. Na última segunda-feira, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomendou a ampliação do monitoramento de Bolsonaro, que já utiliza tornozeleira eletrônica. A implementação dessa medida depende da autorização de Moraes, que pode optar por não acatar a sugestão.
O jurista Gustavo Sampaio argumenta que, caso o monitoramento 24 horas seja aprovado, isso não configuraria uma nova restrição, mas sim uma maneira de assegurar que as medidas cautelares existentes sejam efetivamente cumpridas. Ele ressalta que o Ministério Público pode solicitar ao juiz competente a ampliação das medidas sem agravar a situação do ex-presidente. Além disso, Sampaio sugere que a aceitação do monitoramento pode indicar que o Supremo não pretende solicitar a prisão preventiva de Bolsonaro por descumprimento das cautelares.
Na recomendação ao STF, Gonet enfatizou que as novas medidas não devem ser intrusivas ou perturbadoras para a vida domiciliar de Bolsonaro. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também informou ao STF sobre um ofício que aponta risco de fuga do ex-presidente para a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. O relator do caso, Alexandre de Moraes, determinou que a Procuradoria-Geral da República se manifeste em cinco dias sobre o ofício enviado pela PF, antes de decidir os próximos passos.