O Supremo Tribunal Federal (STF) já possui uma maioria de sete votos a dois para condenar a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) a cinco anos e três meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O julgamento virtual, que teve início na semana passada, se refere ao episódio em que Zambelli sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo em São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A maioria dos ministros acompanha o voto do relator, Gilmar Mendes, enquanto os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça apresentaram divergências em seus votos.
Esta é a segunda condenação de Zambelli no STF. No mês passado, a deputada foi presa na Itália ao tentar escapar de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, após ser condenada a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As investigações apontam que Zambelli foi a autora intelectual da invasão, que resultou na emissão de um mandato falso de prisão contra Moraes, e que o hackeamento foi realizado por Walter Delgatti, que confirmou ter agido a mando da parlamentar.
O governo brasileiro já solicitou a extradição de Carla Zambelli para o Brasil, com o pedido oficializado em junho pelo ministro responsável. A situação da deputada levanta questões sobre a aplicação da lei e as implicações políticas de suas ações, especialmente em um contexto onde sua conduta tem sido amplamente debatida na esfera pública. A condenação atual pode impactar ainda mais sua carreira política e sua capacidade de atuar como representante.