A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Mohammad Sadegh Kharazmi, proprietário de uma loja de armas no Distrito Federal. Ele é acusado de participar dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro. O julgamento foi realizado em plenário virtual, onde todos os ministros seguiram o voto do relator, Alexandre de Moraes, que decidiu torná-lo réu.
Natural do Teerã e naturalizado brasileiro, Kharazmi é dono da loja Red Dot Custom em Brasília. A PGR o acusa de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e depredação qualificada. A denúncia se baseia em vídeos que ele mesmo gravou e compartilhou no Instagram, onde aparece no gramado da Esplanada dos Ministérios durante os tumultos. A investigação confirmou sua presença na Praça dos Três Poderes no dia dos eventos, com dados geográficos coletados de seus celulares.
O ministro Alexandre de Moraes destacou que Kharazmi não apresentou defesa após ser notificado da denúncia em maio. Durante o julgamento, a defesa solicitou a suspensão do processo, alegando erro na notificação. No entanto, Moraes considerou que havia justa causa para o recebimento da denúncia, afirmando que Kharazmi integrava o núcleo responsável pelos ataques às sedes dos Três Poderes, o que pode resultar em severas consequências legais para o empresário.