Startups de inteligência artificial estão implementando o modelo de trabalho 9-9-6, que consiste em jornadas das 9h às 21h, seis dias por semana, uma prática comum em empresas asiáticas. Especialistas alertam que essa rotina pode sobrecarregar os colaboradores, aumentando o risco de estresse crônico e burnout, que em casos extremos pode levar ao karoshi, termo japonês que se refere à morte por excesso de trabalho.
A insatisfação com a baixa recompensa pelo esforço levou os jovens chineses a adotar o conceito de 'tang ping', que significa 'deitar e relaxar', incentivando a busca por um equilíbrio entre trabalho e descanso. Nos Estados Unidos, líderes como Marissa Mayer, Tim Cook e Elon Musk também são conhecidos por suas rotinas de trabalho intensas, com Musk sendo criticado por promover uma cultura de 'escravidão corporativa'.
Pesquisas indicam que jornadas de trabalho excessivas não aumentam a produtividade, mas sim corroem a criatividade e o foco, essenciais para a inovação nas empresas de IA. Caitlin Collins, psicóloga organizacional, afirma que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é fundamental para o desempenho dos colaboradores, que se beneficiam de flexibilidade e bem-estar.
A Geração Z está cada vez mais rejeitando a cultura do burnout e defendendo a importância de ambientes de trabalho saudáveis. As empresas que não se adaptarem a essa nova realidade correm o risco de perder talentos qualificados, à medida que os jovens buscam práticas mais equilibradas e sustentáveis no ambiente profissional.