O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, fez um pedido de desculpas público ao presidente da Casa, Hugo Motta, nesta quinta-feira (7), após dois dias de obstrução promovida por parlamentares bolsonaristas em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. O incidente, que paralisou votações e gerou um impasse institucional, levou Sóstenes a buscar a mediação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira.
Durante seu discurso, Sóstenes reconheceu que não agiu corretamente em conversas privadas com Motta, afirmando: "Eu com Vossa Excelência não fui correto e te peço perdão. Não fui correto no privado, mas faço questão de pedir perdão em público". O pedido de desculpas foi visto como uma tentativa de amenizar a tensão entre a oposição e a presidência da Câmara, que havia se intensificado no início da semana.
Na quarta-feira (6), a oposição havia desocupado a Mesa Diretora após um acordo de pacificação, permitindo a retomada das atividades legislativas. Sóstenes, no entanto, negou que houvesse um acordo com Motta para a votação de projetos de interesse da oposição, como a anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro, afirmando que não haveria chantagem por parte do PL.
Apesar do pedido de desculpas, a pressão por pautas como a PEC do fim do foro privilegiado e a anistia a Bolsonaro permanece entre os bolsonaristas, que continuam a utilizar a crise da prisão do ex-presidente como um argumento político para avançar suas propostas.
