Um parecer da Advocacia do Senado, solicitado pelo presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou que os nomes das pessoas que visitaram gabinetes parlamentares devem ser mantidos em sigilo. Essa decisão surgiu após a convocação do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘Careca do INSS’, cuja circulação por gabinetes se tornou um foco central da investigação. Segundo o documento, a comissão pode requisitar registros de entrada no Congresso, mas não a lista de gabinetes visitados, considerando essa medida inconstitucional.
A restrição irritou o relator Alfredo Gaspar (União-AL), que criticou a falta de transparência: “O problema é esconder qual parlamentar e qual assunto foi tratado”. A polêmica se intensificou durante o depoimento do delegado da PF Bruno Bergamaschi, responsável pela operação Sem Desconto, que se recusou a responder até questões já públicas. O presidente da CPMI ameaçou prendê-lo, mobilizando a AGU e o ministro do STF André Mendonça para intervir na situação.
Diante do impasse, a advogada-geral do Senado, Gabrielle Tatith Pereira, emitiu um novo parecer permitindo que o delegado oriente a CPMI a recorrer à Justiça para obter dados protegidos. O texto ressalta que a transferência indiscriminada de informações poderia comprometer investigações em andamento. Assim, a comissão permanece dividida entre avançar na apuração das fraudes e respeitar os limites constitucionais de sigilo.