As siderúrgicas brasileiras estão em alerta após a projeção do Instituto Aço Brasil, que estima uma possível perda de até 37,6 mil empregos devido ao aumento das importações de aço. O presidente da entidade, André Gerdau Johannpeter, informou que entre janeiro e julho de 2025, as importações cresceram 40%, alcançando 3,6 milhões de toneladas, o que representa 30% do consumo interno. Essa situação é preocupante, pois a indústria opera atualmente com apenas 66% da capacidade, muito abaixo dos 80% esperados.
Johannpeter enfatizou que, se as importações continuarem a aumentar, a capacidade produtiva pode cair para 40%, forçando cortes significativos de empregos. Em contrapartida, se as siderúrgicas conseguirem operar a plena capacidade, poderiam abrir até 17 mil novas vagas. O cenário é ainda mais complicado devido às tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, onde tarifas de até 50% foram impostas sobre exportações brasileiras.
A situação se torna insustentável à medida que as siderúrgicas enfrentam riscos de desemprego e adiamentos ou cancelamentos de investimentos. Enquanto isso, os produtores de ferro-gusa brasileiros mantêm conversas com compradores americanos para garantir suas exportações, que têm sido poupadas das tarifas mais pesadas até agora. Contudo, a incerteza nas relações comerciais pode impactar negativamente o setor nos próximos meses.