O vanádio se tornou a principal preocupação do setor mineral brasileiro devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos, que entrarão em vigor na quarta-feira, 6 de agosto. O alerta foi feito pelo diretor de Assuntos Minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Julio Nery, durante uma coletiva à imprensa nesta terça-feira, 5 de agosto. O Ibram está em articulação com o governo federal para buscar uma solução para a questão.
Nery destacou que o vanádio é um mineral crítico na transição energética global e representa 1% das exportações brasileiras para os Estados Unidos. A empresa canadense Largo é a única produtora de vanádio nas Américas, com uma mina na Bahia, e cerca de 60% de sua produção é destinada ao mercado americano. Além do vanádio, outros produtos que também serão afetados pelas tarifas incluem alumínio, caulim e pedras naturais.
O presidente do Ibram, Raul Jungmann, afirmou que o setor mantém diálogo com o governo brasileiro e que ainda não há definição sobre uma missão do setor aos Estados Unidos. Ele ressaltou a importância de uma articulação conjunta, evitando movimentos isolados entre o setor privado. Jungmann também comentou sobre a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à soberania sobre os minerais críticos, afirmando que a declaração está alinhada com a defesa de acordos bilaterais proposta pelo ministro Fernando Haddad.
Atualmente, os cinco minerais críticos de maior destaque na produção brasileira são nióbio, alumínio, grafita, vanádio e lítio. O Ibram manifestou apoio ao Projeto de Lei 2.780 de 2024, que trata das terras raras, e Jungmann acredita que a proposta tem boas chances de ser aprovada antes da COP30, que ocorrerá em novembro em Belém.