Os fabricantes de alumínio do Brasil estimam que as perdas do setor podem alcançar R$ 1,15 bilhão em 2024, caso a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, entre em vigor no dia 6 de agosto. A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) destacou que, apesar de alguns produtos, como a alumina, estarem isentos, a maioria das exportações, incluindo bauxita e óxido de alumínio, não terá essa isenção.
A Abal informou que, em 2024, os Estados Unidos foram o terceiro maior destino das exportações brasileiras de alumínio, representando 14,2% do total, equivalente a US$ 773 milhões. Com a nova tarifa, cerca de um terço desse valor estará sujeito à sobretaxa, o que pode inviabilizar o acesso de diversos produtos ao mercado americano. As exportações de alumínio já sofreram uma queda de 28% no primeiro semestre de 2024 devido a tarifas anteriores.
Além dos impactos diretos, a Abal alertou sobre riscos indiretos que podem afetar toda a cadeia de suprimento. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de alumina para os EUA, insumo essencial para a produção de alumínio primário. A entidade enfatizou que a forte integração produtiva entre Brasil, Canadá e EUA pode levar a desequilíbrios que afetarão produtos não sobretaxados, comprometendo a previsibilidade das operações industriais na região.