Os fabricantes de alumínio do Brasil estimam que as perdas do setor podem alcançar R$ 1,15 bilhão em 2024, caso a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros entre em vigor em 6 de agosto, conforme anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) destacou que, apesar de alguns produtos, como a alumina, estarem isentos, a maioria das exportações, incluindo bauxita e óxido de alumínio, não terá essa isenção.
Em 2023, os Estados Unidos foram o terceiro maior destino das exportações brasileiras de alumínio, representando 14,2% do total, equivalente a US$ 773 milhões. A Abal alerta que cerca de um terço desse valor pode ser afetado pela nova sobretaxa, tornando inviável o acesso de diversos produtos ao mercado americano. As exportações brasileiras de alumínio já haviam recuado 28% no primeiro semestre, resultando em uma perda de US$ 46 milhões em comparação ao mesmo período do ano anterior.
A entidade também expressou preocupação com os riscos indiretos que as tarifas podem causar em toda a cadeia de suprimento. Em 2023, o Brasil exportou aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de alumina para os EUA, insumo crucial para a produção de alumínio primário. A Abal advertiu que a forte integração produtiva entre Brasil, EUA e Canadá pode levar a desequilíbrios que afetem produtos não sobretaxados, comprometendo o abastecimento e a previsibilidade das operações industriais na região.