Entidades do setor cafeeiro brasileiro manifestaram, na quarta-feira (6), sua oposição à nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às importações de café do Brasil. A medida, considerada um desafio sem precedentes para a competitividade do produto no mercado norte-americano, gerou reações do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). Ambas as entidades buscam diálogo com autoridades dos EUA e do Brasil para reverter a decisão.
O Cecafé está colaborando com a National Coffee Association (NCA) e outros stakeholders do setor, visando incluir o café brasileiro em uma lista de isenção da taxação. O diretor-geral Marcos Matos destacou que os Estados Unidos, maiores consumidores mundiais da bebida, absorvem mais de 24 milhões de sacas anualmente. Caso a isenção não seja alcançada, o Cecafé planeja solicitar a exclusão do café da lista de retaliações do Brasil.
Por sua vez, a Abics, que representa o setor de café solúvel, enfatizou que a tarifa representa um desafio significativo para a competitividade do produto. O diretor executivo Aguinaldo Lima informou que os EUA são o principal destino do café solúvel brasileiro, com 780 mil sacas exportadas em 2024, correspondendo a 20% do total. Ele alertou que o café solúvel brasileiro será o mais afetado, enquanto outros países, como o México, continuarão a exportar sem tarifas.
Além disso, a Abics ressaltou que a decisão pode impactar negativamente os consumidores norte-americanos, que se beneficiam da qualidade e do preço competitivo do café brasileiro. A associação intensificou suas negociações com autoridades e clientes nos EUA, buscando reverter a tarifa ou garantir isenção para todos os cafés brasileiros.