O setor cafeeiro brasileiro enfrenta sérios desafios após a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos, levando a um aumento no número de contratos postergados e cancelados. Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), enfatiza que, apesar das dificuldades, o café brasileiro continua sendo essencial para o mercado americano. A colheita de café no Brasil está quase encerrada, e as tarifas já impactam a inflação nos EUA, segundo o Instituto Internacional de Finanças (IIF).
A situação é ainda mais complicada pelo cenário atual do mercado, onde os preços futuros do café são inferiores aos preços atuais. Exportadores que utilizam Adiantamentos de Contratos de Câmbio (ACCs) enfrentam riscos significativos, podendo transformar esses adiantamentos em dívidas de curto prazo com juros elevados. O anúncio de um financiamento de R$ 30 bilhões para o setor ainda carece de detalhes cruciais, como limites por empresa e taxas de juros, enquanto as instituições financeiras buscam agilizar o processo.
Como alternativa às tarifas, o setor, em colaboração com a Frente Parlamentar da Agropecuária, propôs uma emenda para aumentar o crédito presumido de PIS e COFINS de 10% para 50%. Essa medida visa compensar os efeitos das tarifas americanas, especialmente considerando que 90% das exportações brasileiras para os EUA são de cafés verdes, que não são beneficiados pelas atuais políticas. O futuro do setor depende da implementação dessas medidas e da adaptação às novas condições do mercado internacional.