Pesquisadores brasileiros desenvolveram um sensor portátil capaz de detectar canabinoides sintéticos em cigarros eletrônicos e fluidos biológicos, como a saliva. O dispositivo, descrito em um artigo na revista Talanta, utiliza um eletrodo de diamante dopado com boro e pode ser conectado a celulares via USB-C ou Bluetooth. Essa tecnologia é crucial para enfrentar o uso clandestino dessas substâncias, que são muito mais potentes que o THC natural e podem causar sérios danos à saúde, incluindo convulsões e overdose.
O sensor foi testado com canabinoides sintéticos comuns e demonstrou alta seletividade e sensibilidade, conseguindo identificar concentrações mínimas mesmo na presença de nicotina. Além de ser uma ferramenta valiosa para a polícia científica, o dispositivo poderá ser utilizado em pronto atendimentos para ajudar usuários em situações de overdose e em ações preventivas de redução de danos. A pesquisa é parte do Projeto BACO, que visa analisar novas substâncias psicoativas em festas e festivais.
Com a evolução constante dos canabinoides sintéticos, a inovação trazida por este sensor é um passo importante para a saúde pública. A capacidade de identificar rapidamente essas substâncias pode não apenas salvar vidas, mas também informar usuários sobre os riscos associados ao consumo. A colaboração entre instituições brasileiras e internacionais destaca a relevância da pesquisa no combate ao uso de drogas perigosas.