Senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA) e Omar Aziz (PSD-AM) estão articulando sua saída da CPMI do INSS, menos de uma semana após o início dos trabalhos. A estratégia visa deixar a responsabilidade de defender o governo nas mãos do Partido dos Trabalhadores (PT), que não impediu a oposição de eleger o presidente e o relator da comissão. “O Partido dos Trabalhadores vai ter que trabalhar”, ironizou um dos senadores sobre a situação atual.
A saída dos senadores é vista como um movimento que pode prejudicar o governo, especialmente em um ano pré-eleitoral, onde a exposição a acusações de desvio de dinheiro destinado a aposentados é indesejada. A participação em uma CPI exige presença constante nas reuniões em Brasília e preparação para as oitivas, o que muitos senadores preferem evitar. Omar Aziz, líder do PSD, convocará uma reunião do partido para discutir a situação nesta quarta-feira (26/8).
Renan Calheiros já comunicou ao líder de seu partido, Eduardo Braga (AM), que não se sente confortável em participar de CPIs, exceto em casos excepcionais como a da Covid-19. Otto Alencar, por sua vez, não recebeu apoio do governo para sua candidatura à presidência da CPI e deve retribuir essa falta de apoio com sua ausência na comissão. A possível saída desses três senadores representa um desafio adicional para o governo em um cenário político delicado.