O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi recebido pela Polícia Federal no aeroporto de Brasília nesta segunda-feira (4), após 11 dias de viagem aos Estados Unidos sem autorização. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs medidas cautelares que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno, apreensão de passaporte e bloqueio de contas bancárias. Do Val é investigado por suposta participação em um grupo que planejava ataques contra agentes da PF e tentativas de anular as eleições de 2022.
As reações nas redes sociais foram intensas, com opositores do governo Lula discutindo a possibilidade de contestar a decisão de Moraes no plenário do Senado. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou as medidas, chamando-as de "humilhantes" e sugerindo que o Senado deve solicitar a revisão das restrições. Mourão fez referência a um precedente envolvendo o ex-senador Aécio Neves, que foi absolvido após ser denunciado por corrupção.
Por outro lado, senadores da base governista defenderam as ações do STF, afirmando que Do Val descumpriu ordens judiciais ao sair do país e ao publicar vídeos desafiando Moraes. O presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), reforçou a ideia de que as medidas são uma forma de justiça contra tentativas de desestabilização da democracia. A situação gerou um debate acalorado sobre os limites da atuação do Judiciário em relação aos parlamentares, com promessas de ações institucionais por parte dos senadores em defesa de Do Val.