O senador Eduardo Girão (Novo-CE) denunciou, em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (20), a suspensão da veiculação de um documentário da produtora Brasil Paralelo, que discute o caso de violência doméstica contra Maria da Penha. Girão afirmou que a decisão judicial, tomada pela 9ª Vara Criminal de Fortaleza, caracteriza ‘censura’ e ‘perseguição’, ressaltando que a produtora já havia enfrentado restrições em outras ocasiões. A suspensão, solicitada pelo Ministério Público do Ceará, é válida por 90 dias e ocorre no contexto de uma investigação sobre uma suposta campanha de ódio nas redes sociais contra Maria da Penha.
O senador expressou sua indignação, afirmando que essa situação demonstra a falta de democracia no Brasil e questionou o que estaria sendo escondido da sociedade sobre o caso. Ele comparou o episódio à proibição do documentário ‘Quem Mandou Matar Jair Bolsonaro?’ durante as eleições de 2022, ressaltando que produções semelhantes não enfrentaram restrições judiciais. Para Girão, essa diferença de tratamento é motivada por questões ideológicas e representa uma tentativa de limitar a liberdade de expressão no país.
Girão defendeu que não deve haver censura no Brasil e enfatizou que o documentário da Brasil Paralelo não faz apologia ao crime nem ataca vítimas ou leis. Ele argumentou que a exibição de obras audiovisuais sobre fatos históricos é fundamental para garantir o direito da sociedade de conhecer todas as versões, questionando as motivações por trás das decisões judiciais que restringem a liberdade de expressão.