O Senado brasileiro retoma nesta terça-feira a votação de um projeto de lei que altera a Lei da Ficha Limpa, reduzindo o prazo de inelegibilidade para políticos condenados. A proposta, que já foi aprovada pela Câmara, estabelece que o período de inelegibilidade de oito anos começará a contar a partir da condenação, e não mais após o cumprimento da pena, o que diminuiria o tempo em que os políticos ficariam afastados das urnas.
O relator do projeto no Senado, Weverton Rocha (PDT-MA), manteve o texto aprovado pela Câmara, realizando apenas ajustes de redação. A proposta também estabelece um teto de 12 anos para o período de inelegibilidade e amplia o prazo de desincompatibilização para candidatos que ocupam cargos em instituições como o Ministério Público e as forças armadas. Críticos, incluindo organizações como Transparência Internacional Brasil, afirmam que a mudança não foi debatida adequadamente e pode enfraquecer a legislação original.
Se aprovado sem alterações, o projeto seguirá para sanção ou veto presidencial. As mudanças têm potencial para beneficiar políticos como Eduardo Cunha e ex-governadores que enfrentam inelegibilidade. A votação ocorre em um contexto de crescente debate sobre a integridade do sistema político brasileiro e as implicações das reformas propostas na legislação eleitoral.