A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou nesta terça-feira, 26, o convite ao perito criminal Eduardo Tagliaferro para prestar depoimento sobre o funcionamento do gabinete do ministro Alexandre de Moraes durante sua presidência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A audiência está marcada para o dia 2 de setembro, coincidindo com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete pessoas por tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Tagliaferro, foram convidados os magistrados Marco Antônio Martins Vargas e Airton Vieira, que também atuaram ao lado de Moraes.
O convite a Tagliaferro surge em meio a controvérsias relacionadas a um relatório publicado pelo jornalista Michael Shellenberger, que alega haver um direcionamento nas ações de Moraes contra bolsonaristas. O documento inclui mensagens vazadas entre Tagliaferro e Vieira, levantando suspeitas sobre a imparcialidade do ministro. A expectativa é que Tagliaferro participe da audiência por videoconferência, uma vez que atualmente se encontra na Itália.
A convocação de Tagliaferro é vista como um movimento estratégico em um contexto político tenso, onde Moraes já solicitou sua extradição. A possibilidade de não comparecimento dos convidados levanta questões sobre a eficácia da comissão e a transparência nas investigações. O vazamento das conversas entre Tagliaferro e Vieira já provocou mudanças significativas na equipe de Moraes, evidenciando a fragilidade da estrutura do gabinete após as recentes dispensas.