O movimento da semana de trabalho reduzida, que começou na Nova Zelândia em 2019 e ganhou força após a pandemia, enfrenta desafios no Brasil. Das 20 empresas que participaram do projeto-piloto, apenas duas mantiveram a jornada de quatro dias até junho deste ano, enquanto a maioria optou por modelos híbridos ou flexíveis. Segundo Renata Rivetti, fundadora da Reconnect Hapiness at Work, embora os testes tenham mostrado resultados positivos, a cultura empresarial e a situação econômica dificultam a adoção do modelo.
A consultora destaca que a polarização política e a resistência cultural à mudança têm impactado a implementação da jornada reduzida. Apesar disso, ela acredita que as empresas que adotam práticas voltadas para o bem-estar dos funcionários estão obtendo resultados satisfatórios. O cenário internacional, por outro lado, mostra um avanço na adoção da semana de quatro dias, com países como Islândia e Bélgica apresentando dados positivos sobre produtividade e saúde mental.
Embora o Brasil enfrente dificuldades na adoção desse modelo, as experiências internacionais indicam que a tendência da semana de quatro dias pode ser benéfica. A resistência local não significa um fracasso total da ideia, mas sim a necessidade de adaptação às realidades culturais e econômicas do país. O futuro da jornada reduzida no Brasil dependerá da capacidade das empresas de superar esses obstáculos e priorizar o bem-estar dos trabalhadores.