O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta terça-feira (5) que o sistema previdenciário brasileiro enfrenta uma pressão crescente e que a discussão sobre uma nova reforma será inevitável em até dez anos. A declaração foi feita durante o 2º Encontro do Centro de Política Fiscal e Orçamento Público (CPFO), realizado no Rio de Janeiro.
Ceron destacou que, apesar da complexidade do tema, a modernização do sistema previdenciário pode reduzir significativamente o esforço fiscal necessário para equilibrar a dívida pública. Ele reconheceu que o aumento real do salário mínimo, adotado durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impacta as despesas públicas, mas é fundamental para a correção de desigualdades sociais.
O secretário enfatizou a importância de iniciar um debate estruturado sobre o futuro da Previdência, além de questões como a idade de aposentadoria. Ele também citou a recente reforma tributária como um exemplo de como discussões difíceis podem amadurecer na sociedade. Para o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, o envelhecimento da população e a queda nas taxas de natalidade tornam a Previdência uma "bomba" prestes a explodir, com o déficit do INSS projetado para quadruplicar nos próximos 75 anos, alcançando 11,59% do PIB até 2100.