O trabalho policial no Brasil é marcado por estresse constante e riscos elevados, o que impacta diretamente a saúde mental dos agentes. Embora os índices de mortes em confrontos e suicídios tenham apresentado uma leve queda entre 2023 e 2024, especialistas alertam que o cuidado psicológico continua sendo uma questão crítica e pouco abordada. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam que a maioria das mortes ocorre fora do horário de serviço, evidenciando a necessidade urgente de intervenções estruturais.
De acordo com o advogado Dr. Marcelo Almeida, a escassez de profissionais de saúde mental nas corporações é alarmante, com apenas alguns psiquiatras disponíveis para atender milhares de policiais. A pressão financeira e a sobrecarga de trabalho agravam os transtornos psicológicos, levando muitos a buscar ajuda apenas em momentos críticos. A psicóloga Sara Cristina destaca que os problemas mais comuns incluem Transtorno de Estresse Pós-Traumático, depressão e burnout, exacerbados pela rotina violenta da profissão.
A transição para a aposentadoria também traz novos desafios emocionais, como perda de identidade e depressão. Para enfrentar esses problemas, é fundamental que as corporações invistam em programas permanentes de saúde mental e na construção de uma identidade além da função policial. A cultura de resistência deve ser desconstruída para que os policiais possam cuidar de sua saúde mental de forma contínua e efetiva.