A escassez de banheiros públicos em São Paulo levanta questões sobre a desigualdade urbana e o acesso ao espaço público. Em contraste com Medellín, que após anos de violência implementou políticas de infraestrutura social, a capital paulista ainda luta para oferecer serviços básicos à sua população. O historiador Célio Turino destacou a importância de banheiros limpos e acessíveis durante uma palestra no Sesc, enfatizando que essa ausência reflete uma política higienista que marginaliza os mais vulneráveis.
A comparação com Medellín é reveladora: enquanto a cidade colombiana reduziu drasticamente sua taxa de homicídios e investiu em infraestrutura social, São Paulo ainda carece de soluções efetivas para problemas básicos como a falta de banheiros públicos. A cidade é marcada por uma dependência de estabelecimentos privados, onde o uso do banheiro muitas vezes está condicionado à compra de produtos. Essa realidade expõe a fragilidade do direito à cidade e a exclusão social enfrentada por muitos cidadãos.
As declarações do ex-subprefeito da Sé, coronel Alvaro Camilo, sobre vandalismo e uso inadequado dos banheiros públicos refletem uma visão que ignora as necessidades da população em situação de rua e a importância do espaço público. A ausência de banheiros adequados não apenas limita o acesso a serviços essenciais, mas também revela uma falta de pertencimento e cuidado com o espaço urbano. A luta por um São Paulo mais inclusivo passa, portanto, pela garantia de direitos básicos como o acesso a banheiros públicos.