São Paulo enfrenta um grave problema de desperdício de água, com quase um terço (32%) do total tratado pela Sabesp sendo perdido durante a distribuição. Este desperdício, que resulta de vazamentos na rede e ligações clandestinas, é comparável aos índices alarmantes observados durante a crise hídrica de 2014 e 2015. Em resposta à atual estiagem, a Arsesp determinou que a Sabesp reduza a pressão na rede de abastecimento durante a noite, visando preservar os níveis dos reservatórios e mananciais da região metropolitana.
Os dados revelam que a perda de água representa um custo ambiental e financeiro significativo, especialmente em um ano com chuvas abaixo da média histórica. A Sabesp, que já investiu bilhões em novas fontes de abastecimento, enfrenta o desafio de equilibrar a demanda crescente com a necessidade urgente de reduzir as perdas. A situação é ainda mais crítica considerando que o percentual de desperdício equivale ao volume produzido pelos sistemas Guarapiranga, Rio Grande e Rio Claro juntos.
A implementação da redução de pressão na rede noturna é uma medida emergencial que pode economizar até 4 metros cúbicos por segundo. A Arsesp enfatiza que cabe à Sabesp adotar soluções alternativas para mitigar os impactos dessa redução, especialmente para usuários vulneráveis. Com a população da capital paulista crescendo rapidamente, especialistas alertam que a infraestrutura de distribuição precisa ser modernizada para evitar perdas ainda maiores no futuro.