A cidade de São Paulo enfrenta uma grave crise na proteção de crianças e adolescentes, com a necessidade urgente de dobrar o número de Conselhos Tutelares. Atualmente, a capital conta com apenas 52 unidades, muito aquém da recomendação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que sugere uma unidade para cada 100 mil habitantes. Conselheiros relatam sobrecarga de trabalho e falta de recursos, resultando em um atendimento precário e colocando em risco a segurança das crianças em situação de vulnerabilidade. A situação se agrava com relatos de conselheiros que enfrentam dificuldades operacionais, como a falta de materiais básicos e problemas de articulação entre diferentes setores da assistência social. Casos alarmantes, como o de uma mãe em depressão que perdeu a guarda dos filhos devido à ausência de suporte adequado, ilustram a fragilidade da rede de proteção. A negligência institucional e a falta de compreensão sobre o papel dos Conselhos Tutelares comprometem ainda mais a efetividade das políticas públicas voltadas à infância.