O Santander avaliou que o leilão agendado para 1º de agosto, com o objetivo de liquidar a dívida remanescente de R$ 1,1 bilhão de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), pode oferecer uma oportunidade significativa para grandes geradoras prorrogarem suas concessões. A expectativa é de que os retornos reais fiquem entre 10% e 13%, embora o impacto no valor presente líquido (VPL) seja considerado limitado devido ao porte do certame.
A proposta do leilão consiste na conversão do passivo das PCHs em créditos que serão utilizados para a prorrogação das concessões de grandes usinas hidrelétricas (UHEs). As UHEs que oferecerem os maiores valores por esses créditos vencerão, enquanto as PCHs deverão resolver disputas judiciais e quitar suas dívidas. Entre os participantes mais prováveis, o Santander cita Cemig, Auren, Engie Brasil, Eletrobras e Enel Américas.
O banco destaca que a Cemig possui uma capacidade expressiva, com concessões vencendo em 2027, o que a torna competitiva, apesar das tarifas de transmissão elevadas. A Auren, por sua vez, apresenta maior capacidade elegível e custos de transmissão mais baixos, o que pode ser vantajoso. As UHEs vencedoras poderão renovar suas concessões por até sete anos, com base em premissas estabelecidas pelo governo, incluindo um preço de energia de R$ 229,85 por megawatt-hora (MWh).
Entretanto, o Santander alerta para riscos que podem comprometer a viabilidade do projeto, como tarifas de transmissão elevadas e custos operacionais. A expectativa de preços futuros mais altos pode atrair mais participantes. O andamento do leilão ainda depende de definições regulatórias, já que a Aneel adiou a votação de ajustes nas regras, aumentando o risco de judicialização ou adiamento da licitação, que visa resolver o passivo acumulado desde o déficit hídrico de 2014.