O grupo mercenário Wagner, notório por suas atividades na África e por um motim fracassado contra Moscou em 2023, está sendo substituído pelo Africa Corps, uma nova organização paramilitar controlada pelo Kremlin. Especialistas afirmam que essa mudança visa manter a influência russa no Sahel, uma região marcada por instabilidade e crescente sentimento antiocidental. O Africa Corps, que inclui ex-combatentes do Wagner, já se juntou a forças locais em operações contra grupos rebeldes, indicando um reposicionamento estratégico da Rússia na região.
A saída do Wagner do Mali e a possível retirada da República Centro-Africana (RCA) refletem uma reestruturação das operações militares russas na África. O Kremlin busca preencher o vácuo deixado pelas tropas ocidentais, que foram expulsas por governos locais. Em uma cúpula entre Rússia e África em 2023, Putin anunciou acordos de cooperação técnico-militar com mais de 40 países africanos, reforçando a presença russa em um momento em que o Ocidente se concentra em outras crises globais.
As implicações dessa transição são significativas, pois o Africa Corps opera sob o ministério da Defesa russo e pode intensificar a influência militar da Rússia no continente. Com a crescente pobreza na RCA e a dependência de serviços militares externos, a mudança para o Africa Corps pode alterar a dinâmica de poder na região. A falta de transparência sobre como os serviços são pagos levanta questões sobre a sustentabilidade dessa nova estrutura militar e seu impacto nas populações locais.

