A Rússia anunciou nesta segunda-feira (4) o abandono formal de uma moratória que impedia a instalação de mísseis de curto e médio alcance, em resposta ao posicionamento de armas semelhantes pelos Estados Unidos na Europa e na região Ásia-Pacífico. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que, após as ações dos EUA, "deixaram de existir as condições" para manter a suspensão que havia sido adotada voluntariamente desde 2019.
Dimitri Medvedev, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, responsabilizou os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pela mudança de postura. Em uma declaração nas redes sociais, Medvedev enfatizou que a nova realidade impõe desafios aos oponentes da Rússia e antecipou que novas medidas poderão ser tomadas em resposta às ações ocidentais.
A moratória foi inicialmente estabelecida pela Rússia em 2019, após os Estados Unidos se retirarem do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), que proibia mísseis com alcance entre 500 e 5.500 km. A Rússia havia proposto a suspensão da instalação de mísseis, condicionando-a à não instalação por parte dos EUA. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, pediu cautela nas declarações sobre armas nucleares, minimizando a recente movimentação dos submarinos nucleares americanos, que, segundo ele, já estão em serviço permanente e não representam uma escalada na tensão nuclear.