Pedro Paulo Almeida Martins, bibliotecário da Universidade Federal de Rondônia (Unir), denunciou injúria racial após ser alvo de ofensas relacionadas à sua aparência e religião. O caso, que ocorreu dentro da biblioteca da instituição, reflete um problema maior no estado, que possui uma das maiores taxas de injúria racial do Brasil, com 18,9 casos por 100 mil habitantes, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025.
Almeida relata que as ofensas começaram com comentários sobre seu cabelo afro e se intensificaram, levando a um colapso emocional e afastamento por motivos psiquiátricos. Apesar de a servidora ter pedido desculpas, as agressões continuaram, configurando-se como racismo. Após a denúncia, ele foi transferido para outro estado, mas conseguiu retornar a Porto Velho por meio de uma decisão judicial.
Atualmente, Pedro está cursando mestrado em educação e desenvolve uma pesquisa sobre práticas antirracistas em escolas e bibliotecas. Ele acredita que a formação de professores e bibliotecários é crucial para combater o racismo estrutural e promover um ambiente educacional inclusivo. O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) tem implementado ações para acolher vítimas de injúria racial e promover a equidade racial, buscando criar um sistema mais justo e representativo.