Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e atual presidente global de operações da Ambipar, expressa preocupações sobre a imprevisibilidade nas tarifas que ameaçam a estabilidade do comércio internacional. Em entrevista ao videocast Lisboa Connection, Azevêdo compara o cenário atual com a crise de 1929, discutindo os riscos do desmonte do multilateralismo e os desafios enfrentados pelo comércio global, incluindo o impacto do acordo entre Mercosul e União Europeia.
Azevêdo observa que o protecionismo pode reduzir as oportunidades de ganhos mútuos entre países e destaca a importância de um sistema comercial previsível para garantir investimentos. Ele menciona que a atual desorganização do multilateralismo pode levar a uma desaceleração econômica significativa, tanto nos Estados Unidos quanto globalmente, e ressalta a necessidade de a Europa assumir um papel de liderança em meio a essas mudanças.
O ex-chefe da OMC também comenta sobre a percepção externa otimista em relação ao Brasil, que é visto como um celeiro mundial de alimentos com potencial extraordinário. No entanto, ele alerta que o pessimismo interno e a falta de visão de longo prazo entre os políticos podem comprometer esse potencial. Azevêdo conclui enfatizando que a agenda ambiental é crucial para o futuro das empresas e da economia brasileira.