Um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) indica que 85,7% das exportações industriais gaúchas para os Estados Unidos estariam sujeitas a uma nova tarifa de 50%. Se implementada em 2024, essa medida poderia resultar em um impacto financeiro de aproximadamente US$ 1,58 bilhão, considerando um total de exportações de US$ 1,85 bilhão. O Rio Grande do Sul, com suas 1.100 indústrias exportadoras, representa 10% do total brasileiro.
A pesquisa destaca que a forte exposição do estado se deve ao fato de que poucos produtos de sua pauta de exportação foram incluídos na lista de exceções divulgada pela Casa Branca. Claudio Bier, presidente da Fiergs, enfatiza a relevância do mercado americano para a economia gaúcha, mencionando que setores como tabaco, madeira e calçados seriam diretamente afetados. Ele também observa que o estado depende mais do mercado externo em comparação à média nacional.
Além das implicações financeiras, o estudo aponta preocupações com o desemprego, especialmente no setor de calçados de couro, que emprega cerca de 31.500 trabalhadores e tem quase metade de suas exportações destinadas aos EUA. Com a incerteza sobre as tarifas, algumas indústrias já estão adotando medidas como férias coletivas para ajustar a produção. A análise revela que setores como metalúrgico e de máquinas também enfrentam alta dependência do mercado norte-americano.