A renúncia de Adriana Kugler, diretora do Federal Reserve (Fed), abre espaço para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indique um novo membro ao Conselho do banco central. Essa mudança ocorre em um momento crítico, já que o mandato do atual presidente do Fed, Jerome Powell, termina em maio de 2024. Segundo Mohamed El-Erian, presidente do Queen’s College e conselheiro econômico chefe da Allianz, o sucessor de Kugler pode ser considerado um 'presidente-sombra' da instituição, especialmente após uma série de críticas de Trump a Powell.
El-Erian observa que a situação se agrava em um cenário onde a pressão por cortes nas taxas de juros aumenta. Com a renúncia de Kugler, as expectativas do mercado em relação a uma possível redução nas taxas de juros em setembro subiram para 90%. Antes disso, a probabilidade de manutenção dos juros era praticamente nula, com apenas 0,5% de chance.
A saída de Kugler também levanta preocupações sobre a clareza na liderança do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que define a política monetária dos EUA. Analistas alertam que a falta de um consenso claro sobre quem exerce a maior influência no comitê pode gerar confusão no mercado financeiro. Embora Powell tenha a opção de continuar como diretor até 2028, ele ainda não se manifestou sobre suas intenções futuras na instituição.