Milhares de brasileiros com ascendência judaica estão retornando à religião no Nordeste, um movimento que ganha destaque em Israel. A sinagoga Beitel, localizada em Messejana, Fortaleza, simboliza essa transformação, onde ex-evangélicos buscam reconectar-se com suas raízes judaicas. O fenômeno, que já conta com a adesão de cerca de 30 mil brasileiros, provoca tanto entusiasmo quanto resistência nas comunidades judaicas tradicionais.
O movimento bnei anussim, que significa ‘filhos dos forçados’, remonta à história de judeus obrigados a se converter ao cristianismo na Península Ibérica. Nos últimos anos, diversas sinagogas foram fundadas em áreas antes sem presença judaica, refletindo uma busca por identidade cultural e religiosa. Além disso, a popularização de testes genéticos e o aumento da educação sobre judaísmo têm impulsionado essa redescoberta.
As implicações desse renascimento são significativas, com muitos convertidos se mudando para Israel e até servindo no Exército. Contudo, o movimento enfrenta desafios, incluindo a resistência de comunidades judaicas estabelecidas que questionam a legitimidade dessas conversões. A história dos bnei anussim é um testemunho da resiliência cultural e da busca por pertencimento entre os descendentes de judeus no Brasil.