Uma pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na última segunda-feira, 28, aponta uma deterioração significativa nos índices de segurança alimentar no Brasil, com piora em oito dos 11 critérios analisados. Apesar da redução na prevalência da desnutrição de 5,7% para 2,5% entre 2004 e 2024, o aumento no custo de uma dieta saudável, que passou de US$ 3,15 para US$ 4,89 por pessoa ao dia, impactou negativamente diversos indicadores alimentares.
O estudo revela que, embora a proporção da população capaz de arcar com os custos de uma alimentação saudável tenha aumentado de 72,9% em 2017 para 76,3% em 2024, a insegurança alimentar grave afetou 3,4% da população, um aumento em relação aos 0,7% registrados entre 2014 e 2016. Além disso, o percentual de crianças com peso abaixo do esperado subiu para 3,4%, e a obesidade infantil aumentou de 7,7% para 10,9% no mesmo período.
O relatório também destaca que, enquanto alguns índices melhoraram, como o risco de anemia em mulheres e a amamentação exclusiva em bebês, a combinação de estímulos fiscais durante a pandemia e o subsequente aperto monetário para controlar a inflação resultaram em um aumento significativo da dívida pública. Em 2023, países de baixa e média renda, incluindo o Brasil, enfrentam dificuldades financeiras que comprometem investimentos em segurança alimentar e nutrição, dificultando o combate à fome até 2030.