O relatório "Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo", divulgado pela FAO na última semana, destaca o Brasil em quatro tabelas e apresenta dados em 12 categorias. Embora o país tenha registrado melhorias em três indicadores, a situação da segurança alimentar apresenta preocupações, com piora em oito categorias e dados inconclusivos em uma delas, referente a 2024.
Entre os dados alarmantes, o risco de obesidade aumentou significativamente, passando de 7,7% para 10,9% entre crianças de até 5 anos e de 19,1% para 28,1% entre adultos acima de 18 anos. Todos os indicadores relacionados a crianças menores de cinco anos mostraram deterioração, enquanto não há informações disponíveis sobre a faixa etária de 6 a 17 anos.
O relatório também aponta um aumento de 49% no custo diário de uma dieta saudável no Brasil, que subiu de US$ 3,15 em 2017 para US$ 4,69 em 2024. O percentual da população capaz de arcar com essa dieta caiu de 27,1% para 23,7%, totalizando 50,2 milhões de brasileiros. O melhor cenário foi observado em 2021, quando 29,8% da população tinha condições financeiras para uma alimentação saudável, coincidente com a implementação do Auxílio Emergencial.
Embora o Brasil tenha sido retirado do Mapa da Fome, o relatório revela um aumento no percentual da população em risco de insegurança alimentar, que subiu de 0,7% para 3,4% em relação à insegurança grave e de 13,3% para 13,5% na insegurança grave ou moderada entre 2014-2016 e 2022-2024.