O deputado Alfredo Gaspar, do União Brasil, surpreendeu ao ser nomeado relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Em entrevista ao InfoMoney, ele afirmou que a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro só se justifica se também forem ouvidos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, evocando o princípio da igualdade. Gaspar enfatizou que sua investigação se concentrará nos últimos dez anos, abrangendo todas as gestões desde o segundo mandato de Dilma, e que seu foco será ‘seguir o dinheiro’ para identificar os envolvidos em um esquema de corrupção relacionado a empréstimos consignados e desvios de recursos dos beneficiários do INSS.
O relator delineou um plano de trabalho que inclui ouvir todos os ex-ministros da Previdência desde 2015, além de presidentes de associações que atuaram no desconto direto dos aposentados. Ele também mencionou a necessidade de celeridade na investigação, justificando a escolha do marco temporal a partir do governo Dilma para evitar uma apuração sem fim. Gaspar acredita que a CPMI pode revelar novos fatos e aprofundar as investigações sobre as associações ainda não identificadas pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União.
As declarações de Gaspar indicam um compromisso com a transparência e a busca pela verdade em um caso que envolve milhões de reais e afeta diretamente aposentados e pensionistas. A CPMI, presidida pelo senador Carlos Viana, enfrenta desafios em sua condução, especialmente com a pressão política sobre quem deve ser convocado para depor. O andamento das investigações poderá ter implicações significativas na percepção pública sobre a corrupção no sistema previdenciário brasileiro.