Em um relato tocante, Tainá Corrêa narra a experiência de Eva, uma mulher negra prestes a dar à luz em uma sala cirúrgica fria e solitária. Enquanto a equipe médica se prepara para a cesárea, Eva expressa seu medo e solidão, sem a presença de um acompanhante, devido a uma política hospitalar que considera onerosa a presença de familiares. Tainá, que estava ali para registrar o procedimento, oferece a Eva fotos do parto como um gesto de empatia, mas se vê confrontada com a realidade desumana do sistema.
A narrativa revela as dificuldades enfrentadas por mulheres como Eva, que, além do medo do parto, lidam com a ausência de apoio emocional em um momento tão crucial. A decisão da diretora do hospital de não permitir acompanhantes é justificada por questões financeiras, mas Tainá questiona essa lógica ao perceber o impacto emocional que isso causa nas pacientes. A história de Eva não é apenas sobre um parto, mas sobre a luta contra o silenciamento e a solidão que muitas mulheres enfrentam na maternidade.
Após essa experiência transformadora, Tainá decide se demitir do hospital, comprometendo-se a não ser mais cúmplice de um sistema que prioriza o espetáculo médico em detrimento da dignidade humana. A história destaca a necessidade urgente de humanização no atendimento médico e provoca uma reflexão sobre as políticas que afetam diretamente a vida das mulheres durante o parto.