Mensagens reveladas pela Polícia Federal escancaram um racha entre Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já era notório entre aliados. O conflito teve início na divisão de cargos durante a formação do governo paulista, no final de 2022, e se agravou com a aproximação de Tarcísio ao mercado financeiro, conhecido como turma da Faria Lima. Eduardo expressou sua insatisfação com a falta de articulação do governador em momentos críticos, como o tarifaço imposto por Donald Trump, e questionou sua influência junto ao Supremo Tribunal Federal.
As mensagens trocadas entre pai e filho revelam um descontentamento profundo, com Eduardo acusando Tarcísio de não ter apoiado Jair Bolsonaro em momentos decisivos e de estar mais preocupado em agradar ao mercado financeiro do que em defender os interesses do bolsonarismo. Essa situação não apenas expõe as fragilidades nas relações políticas dentro do grupo, mas também pode impactar a imagem pública de Tarcísio entre os apoiadores de Bolsonaro, que veem sua aproximação com a Faria Lima como uma traição aos princípios do ex-presidente.
As implicações desse racha são significativas, especialmente com as eleições presidenciais de 2026 se aproximando. A necessidade de Tarcísio de manter o apoio da militância bolsonarista enquanto navega suas relações com o mercado financeiro pode criar um dilema político complicado. Se não for gerenciado adequadamente, esse conflito pode prejudicar suas chances eleitorais e dividir ainda mais o eleitorado bolsonarista em um momento crucial para o futuro político do Brasil.