A comunidade quilombola de Pitanga dos Palmares, em Simões Filho (BA), se reuniu neste domingo (17) para homenagear Mãe Bernadete Pacífico, que foi assassinada em sua casa há dois anos. O evento, marcado por celebrações religiosas e um café quilombola, teve como foco o pedido de justiça, uma vez que cinco pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público por envolvimento no crime. Durante a cerimônia, o filho de Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico, expressou sua dor e compromisso em continuar o legado da mãe.
Mãe Bernadete, conhecida por sua liderança na defesa dos direitos das comunidades quilombolas e pela denúncia de atividades ilegais em áreas de proteção ambiental, foi morta em agosto de 2023. Sua luta por justiça se intensificou após o assassinato de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, também vítima de violência. O reconhecimento das terras da comunidade pelo Incra ocorreu apenas em 2024, após sua morte, evidenciando os desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas no Brasil.
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, esteve presente na homenagem e reafirmou o compromisso do governo em proteger os direitos das comunidades quilombolas. Ela destacou que as lideranças indígenas e quilombolas são frequentemente alvo de violência no país. Dados alarmantes indicam que o Brasil é um dos países mais perigosos para defensores de direitos humanos, com uma média de uma pessoa agredida a cada 36 horas por sua atuação na defesa desses direitos.