Em 19 de agosto de 2025, o Cerrado brasileiro registrou 17.326 queimadas, quase o dobro das 9.184 ocorridas na Amazônia no mesmo período. Os dados, coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam uma alarmante tendência de aumento das queimadas, mesmo com a Amazônia possuindo uma área quase duas vezes maior que o Cerrado. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, expressou sua preocupação com essa situação, destacando que as queimadas estão agora superando o desmatamento por corte raso, o que representa um novo e preocupante padrão na degradação ambiental brasileira.
A comparação entre os biomas é ainda mais impactante considerando que, em todo o Brasil, houve uma redução geral de 58% nas queimadas em relação ao ano anterior. No entanto, a queda foi mais acentuada na Amazônia, onde os focos de calor diminuíram em 77%, enquanto no Cerrado a retração foi de 34%. A coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, sugere que o comportamento das queimadas está intimamente ligado às condições climáticas e à fiscalização governamental, tornando incerta a previsão para os próximos meses.
Com a aproximação dos meses críticos de queimadas, que abrangem agosto, setembro e outubro, a situação se torna ainda mais delicada. Ane Alencar também mencionou a influência dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña nas precipitações da região amazônica. A ministra Marina Silva enfatizou que, pela primeira vez na história do Brasil, as queimadas estão causando mais destruição da vegetação do que o desmatamento intencional, ressaltando a urgência em abordar as questões climáticas e de conservação ambiental no país.