Em 2025, o livro ‘Quarto de Despejo – Diário de uma favelada’, escrito por Carolina Maria de Jesus, celebra 65 anos desde sua publicação. Lançado em agosto de 1960, a obra revolucionou a representação da favela na literatura brasileira ao expor, com crueza e sinceridade, as realidades da fome e da desigualdade social vividas por Carolina, uma mulher negra e catadora de papel que residia no Canindé, em São Paulo.
A narrativa de Carolina, que começou a ser escrita em cadernos encontrados no lixo, rapidamente se tornou um testemunho poderoso das contradições do Brasil urbano. O impacto foi imediato: em menos de um ano, o diário vendeu mais de cem mil cópias e foi traduzido para mais de 13 idiomas. Mesmo após a morte da autora em 1977, sua obra continuou a ser redescoberta e hoje é considerada essencial nas discussões sobre gênero, raça e desigualdade no Brasil.
Ao completar 65 anos, ‘Quarto de Despejo’ reafirma sua relevância em um país que ainda enfrenta desafios relacionados à insegurança alimentar. Embora dados recentes indiquem uma redução na subalimentação, milhões ainda vivem em condições precárias. A obra de Carolina Maria de Jesus não apenas documenta sua realidade, mas também serve como um chamado à ação, destacando a urgência das questões sociais que persistem até hoje.